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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Foto: https://pt.wikipedia.org 

 

 

WENDY GUERRA

 

 

Desde a sua infância trabalhou como actriz em cinema e televisão. Publicou os seus primeiros textos (poesias) a partir dos sete anos de idade. Graduou-se em Direcção de cinema, na especialidade de Guiões, no Instituto Superior de Arte (ISA) de Havana. Participou na oficina de escrita que o romancista colombiano Gabriel García Márquez organizou todos os anos na Escola Internacional de Cinema de San Antonio dos Banhos, Cuba.

O seu romance Todos se van recebeu o Prémio da Editorial Bruguera. A obra, apresentada com o título Nieve em La Habana e sob o pseudónimo de "Campanilla" foi premiada com o dito prémio em virtude de sua autenticidade e sinceridade. Também recebeu o «Prémio da Crítica» do jornal espanhol El País como Melhor Romance em 2006. Mais tarde, obteve em França o Prémio Carbet dês Lycéens 2009.

Tem recebido várias bolsas de especialização: em Paris, Nova Iorque, Los Angeles, para a busca de informação sobre a escritora Anaïs Nin. Desse trabalho resultou o seu terceiro romance: Posar desnuda en La Habana.[1] Está traduzida em treze idiomas embora os seus romances não tenham sido publicados no seu país de origem.[2] Tem sido jurada de numerosos festivais de cinema, entre os quais se conta recentemente o Festival International du Court-Métrage de Clermont-Ferrand, França, 2012.

Em 2010, o governo francês outorgou-lhe a Ordem de Chevalier dês Arts et dês Lettres. Faz parte do grupo Bogotá 39, que reúne as 39 vozes de escritores latinoamericanos relevantes. Escreve para o diário El Mundo (Espanha), através do seu blog Habaname.

 

Obras

Poesias

Platea oscura, Universidad de La Habana, La Habana, 1987

Cabeza rapada, ed. Letras cubanas, La Habana, 1996

Ropa interior, ed. Bruguera, Barcelona, 2008

Poèmes (inéditos), éd. Stock, Paris, 2009 (edição conjunta com o poeta sérvio Sasa Stanisic)

 

 

 

 

 

TEXTOS EM ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

ALFORJA REVISTA DE POESIA.  XXVII  - Invierno 2003.  Director José Vicente Anaya y José Angel Leyva.  Editor Luis Ignacio Sánz.  México, D.F.: Universidad Autónoma de

       México, 2003.  

 

 

 

Lejana como Cuba

 

Desabrigada y ajena entre las palmas.
En diatriba con las cosas más simples.

Incomprensible y sola, mil veces sola, en médio de ese mar
de gente ahogándose
de ganas.

Lejana y obstinada como ella, con ganas de correr a que la
abraces, desnuda y apartada.

De espaldas a tu ausencia.

Recobrándote en el paraíso de tu lino blanco.

Bandera blanca mi amor, bandera blanca.

Corriendo para no chocar contigo y tropezarte en el mapa
de tus ojos,
de mi cuerpo.

Lejana como Cuba. Sin concilio.

Entre las olas que me hacen pequeña y argentada

Con el viento en contra a toda vela, resistida a llorar.

Buscando el nombramiento de un testigo, un peregrino, un
soberano.

Una criatura en mi interior que se defiende.

Lejana como Cuba.

Isla libre vertida entre tus piernas.

Cernida en los milagros que no esperas.

El último reducto de la ausencia.

Distante como ella. Aproximándose a tu salvación.

Breve al norte voluptuosa al sur.

Dormida sin tu nombre. Perseguida.

Con la brújula al polo y las alas atentas a tus pies.

Esperando por ti. Con todos mis arraigos de tierra y luz.

Sin esa lágrima que te duele y te despide.

Aqui me tienes.

Lejana como Cuba.

 

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

 

Longe como Cuba

 

Desabrigada e alheia entre as palmeiras.
Em diatribe com as coisas mais simples.

Incomprensível e sozinha, mil vezes sozinha, no meio desse mar
de gente afogándo-se
de vontades.

Distante e obstinada como ela, com vontade de correr para que a
abraces, desnuda e apartada.

De costas para a tu ausência.

Recuperándo-te no paraíso de teu linho blanco.

Bandeira branca meu amor, bandeira branca.

Correndo para na topar contigo e tropezar no mapa
de teus olhos,
de meu corpo.

Distante como Cuba. Sem concílio.

Entre as ondas que me tornam pequena e prateada

Com o vento contra  toda vela, resistida a chorar.

Buscando o compromisso de um testemunho, um peregrino, um
soberano.

Uma criatura em meu interior que se defende.

Distante como Cuba.

Ilha livre vertida entre tuas pernas.

Vernida em milagres que não esperas.

O último reduto da ausência.

Distante como ela. Aproximándo-se de tua salvacão.

Breve ao norte voluptuosa no sul.

Dormida sem teu nome. Perseguida.

Com a bússola no polo e as asas atentas aos teus pies.

Esperando por ti. Com todas as minhas lembranças de terra e luz.

Sem essa lágrima que atormenta e te despede.

Aqui me tens.

Distante como Cuba.

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2021


 

 

 
 
 
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